terça-feira, 28 de junho de 2011

Ela


Sabia-o desde sempre. Sempre a mesma velha, cansativa e constante guerra. A guerra de uma luta pelo amor.
Ela não sabia manter o coração aceso por muito tempo, pois há muito que alguém a tinha secado por dentro.
O amor era um lugar agreste que ela não sabia dominar.
E mais uma vez perdia a noção do bom senso, e mais uma vez voltava as costas depois de todo o esforço investido, e mais uma vez perdia a necessidade....

Queria esquecer o mundo e a vida mais uma vez. Depois de todas as cinzas lançadas ao vento, sentia-se frágil e descrente.... não havia quem repousa-se no seu colo, não havia quem quisesse as suas muralhas.

Colou a mão no vidro... olhando para a rua.... chovia.
O mundo parecia-lhe estranho. Mais uma vez perdida na imensidão da sua insane solidão.

Mas no fundo era assim que ela se sentia plena e tranquila, sem inquietações, nem desesperos baratos, nem ansiedades vaidosas dos que amam, sem mágoas dos abandonos, sem exaltações, sem réstias de esperança ou de desconsolo.

Nada.

Olhava para si e nada, nenhuma brisa de sentimentos.

Mas sentia-se diferente desta vez, sentia-se livre.... esta luta tinha sido demasiado desiquilibrada, lutou numa batalha de mãos quase atadas, esperneando o quanto possível, mas silenciada pelas circunstâncias! Por isso, dai, se sentisse livre!

E a liberdade não é o melhor que se tem na vida?

Ela seguirá em frente, passo a passo, dia após dia, sozinha mas consigo como sempre!

Sem comentários:

Enviar um comentário