quarta-feira, 25 de maio de 2011

I will find my away


Disseram-lhe que já não sabia sorrir....
Olhava-se ao espelho e não via nada, aquela não era a mulher que se conhecia, que se tornará forte e dona do seu destino.
Ali estava uma sombra de alguém que um dia teve sonhos e ideais.
Não conseguia olhar-se mais.... saiu pouco agasalhada. Fazia frio lá fora, fazia um frio enorme dentro de si!
O peso das lágrimas dificultavam as passadas, decidiu sentar-se no jardim em frente ao lugar onde os sem brigo recolhiam para comer a sopa.
Revia-se agora neles: sós, sem crenças, sem alma, sem luz, de olhar vazio, costas curvas, vazio imenso!
Chorou, chorou e chorou, como se não houvesse mais nada se não aquele choro, aquele choro silencioso, vindo de tão dentro de si, vindo de tão perto do seu maior receio: perda.... a renúncia!
Alguém se sentou a seu lado, estendeu-lhe a mão com um pouco de pão e falou.
Não temas os teus medos, antes que isso chora-os, como estás fazendo.
Não receies a perda, antes antecipa-te.
Não receies a solidão, antes abriga-te junto dos que te amam, e recusa os que te arruínam, embora os ames.
Na vida temos dois caminhos: o de manter os amores impossíveis, acreditar neles como sendo a nossa cura e ser eternamente infelizes, ou ter coragem e tomar decisões difíceis e abandonar o óbvio, o presente, o constante, o que sempre foi porque nunca procuramos alternativas.
A vida é feita de escolhas e não de uma só, única e inabalável.
A felicidade é um caminho que se constroí todos os dias.... apoiada na visão clara do que nos pertence, do que nos preenche.
Não queiras viver uma vida inteira com a ervilha debaixo do colchão..... e nem tentes colocar mais colchões para atenuar o problema..... tira-o de vez de baixo dele e a tua vida.
O amor é como um fruto, dele não queiras só a metade.

Ela levantou os olhos e viu apenas um vulto já ao longe..... curvado do peso da idade e da solidão.

Ela limpou a face.... fazia frio..... seguiu para casa.... adormeceu!

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