sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vários peomas

"Se, para estar agora apaixonada,
Foi necessário andar desiludida,
Alegra-me sentir que fui odiada
Na certeza imortal de ter vencido!"

"As ilusões :
Também têm os seus mais preferidos;
E àqueles que ficaram na ruína
Do pensamento, e são - por graça de conquista
Os pálidos mortais desiludidos,"

"Eu olho para tudo que enxameia
Nesta viela escura da existência
Como quem se debruça num abismo
E fica revolvendo a consciência."

"Mas quando um ano acaba e outro vem,
Embora a minha fronte e os meus cabelos
Envelheçam na marcha para o fim
E um sabor de renúncia e de cansaço
Vibre, cantando, aqui, dentro de mim,
Rebenta-me no peito uma esperança
Tão lúcida, tão viva, e tão ungida
Na fé que ponho nesta minha inicial certeza:

Se, para estar agora apaixonada,
Foi necessário andar desiludida,
Alegra-me sentir que fui odiada
Na certeza imortal de ter vencido"


"O que desejei às vezes
Diante do teu olhar,
Diante da tua boca!
Quase que choro de pena
Medindo aquela ansiedade
Pela de hoje - que é tão pouca!
Tão pouca que nem existe!
De tudo quanto nós fomos,
Apenas sei que fui triste."

"Mas agora, rasgaram-se as névoas,
As águas acordaram e ficaram pasmadas.
Sinto-me perto de tudo o que foi teu,
Que os meus olhos tiveram alegremente.

Guardo na história dos tempos,
As lembranças diluídas,
Do meu romance guerreiro
Mesclado de sonho...."

"Mas agora percebo,
Que para possuir o que me foi dado,
Tudo perdi, e eu própria andei perdida,
Que para ver hoje o que fiz realizado,
Cheguei a ser negada e combatida."

"Mas por tudo o que me deste
Inquietação, cuidado,
Um pouco de ternura,
Noites de insónia e ansiedade...
Por tudo isso o meu obrigada.

Por aquela tão doce
E tão breve ilusão
Embora nunca mais depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita a minha gratidão."

"Porque sempre que me lembro: do sabor que tinha
A tua boca na minha.... e o eco dos teus passos....
O teu sorriso de fonte... os teus braços....
Os teus beijos.... a tua mão na minha....

"Só gostava de encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!"

Às vezes dizem-me: esquece!!!!
Esquecer? Para quê?

"Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Por isso agora, claramente vos digo:

""Se, para estar agora apaixonada,
Foi necessário andar desiludida,
Alegra-me sentir que fui odiada
Na certeza imortal de ter vencido!"


Vários poetas


1 comentário:

  1. É bom sentir o amor.
    Bom fim de semana. Pelo menos por aqui está sol a esta hora.

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