domingo, 23 de janeiro de 2011

Na primeira pessoa!


Hoje vou falar na primeira pessoa.... estou exausta!
Não sei para onde me virar... porque tudo está uma confusão!
Sempre ouvi dizer que difícil não é lutar pelo que se quer e sim desistir daquilo que mais se ama.... mas eu não sei mais o que amo, se amo....
Como diz Bob Marley: Eu desisti, mas não foi por não ter coragem de lutar, mas sim por não ter mais condições de sofrer!
Ás vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... não deixes que o tempo me mostre que grandes eram apenas os sonhos....
Eu não quero neste momento viver para que a minha falta seja sentida... mas para que a minha presença seja notada! Olha para mim bolas.... sente-me!
Não sei mais por onde ir... não sei mais qual é o meu caminho! Pensei que o tinha encontrado, mas já não sei nada!
Faz-me pensar que tudo se fecha mesmo antes de mostrar todo o potencial...

"Meu dia é mais tranquilo até ao momento em que a minha cabeça foge para ti! Sinto que ela me trai nesse momento.... o coração aperta, a atenção desvanece o frio na barriga.
Com tantos sintomas de saudade até parece doença, mas eu sei o que me curaria.... a tua presença!"

Se é para abandonar que se abandone agora, a minha vida deixou de ser lúcida e eu quero voltar....

Music

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ela


Às vezes morremos por dentro…. Devagarinho!
Ela acordou agredida pelo sono, dormiu mal, acordou cansada, como se estivesse estado o sono todo a subir…. Na esperança de ver a luz!
Nos sonos também se morre… e ela não sabia se tinha morrido porque o coração ardia, ou se a alma se afogava!
Nem sempre a visão é lúcida, nem sempre a visão nos acelera a mente na busca do equilíbrio!
E andamos a penar no limbo, como que não querendo sair do que nos sufoca, mas não tendo mais condições para continuar na miséria das nossas vidas!
Saiu à rua branca, só e agressiva…. Refugiou-se na solidão da noite, nos braços fortes da neblina, onde ninguém se encontra, onde ninguém se perde…. Onde não há ninguém…. A não ser os sem abrigo.
Os que velejam um barco sem velas… e aqueles que as têm…. Velejam sem vento! Aportam sem terra!
Às vezes as coisas devem ser perdidas….
Às vezes devemos perder as coisas….
Às vezes devemos deixar as coisas como eram, não como são….
Às vezes o barco não deve sair do porto…. Correndo o risco de não voltar.
E mesmo voltando, correndo o risco de vir demasiado danificado para acordar do sono e não morrer!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Amar

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

Por Fernando Pessoa

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Adeus


"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquina
sem esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
ra no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus."

Por Eugénio de Andrade

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Nada mais errado

Às vezes queremos exigir das pessoas, o que gostaríamos que elas fossem.
Exigimos que sejam à nossa semelhança.
Sofremos se não o são e se não o sentem como nós!
Queremos que elas mudem, que elas ajam em função das nossas esperanças!

Mas não são elas que estão erradas.... mas sim nós!

Querer que alguém siga o nosso caminho, sem perceber que elas querem seguir o delas é um erro que se paga caro.... com a perca.... uma perda que é tão somente a nossa perda de identidade!