quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A perda


O que mais nos atormenta o espírito é a forma abrupta como algumas coisas terminam.

É a forma como os dias tem de prosseguir sem aquela rotina que nos fazia crescer a cada pensamento ridiculamente igual ao anterior!

A forma como o destino controí e destrói caminhos é que assusta.... a forma avasaladora como lança as cinzas contra o vento.


Sacudir a água que nos pesa nos ombros depois do rescaldo da noite não nos enchuga os olhos cansados e permeáveis.


A crença religiosa de que o mundo conspira a nosso favor, tem vezes que parece uma estórea cruel de mais para nos ser contada...


E depois vem o reviver, e o reviver...


Que nos massacra como uma torneira mal fechada que vai pingando, e vai pingando e fazendo aquele som pela noite dentro... quando o silêncio impera e quando o pingar da torneira e o silêncio da noite se misturam.


Mas o que mais nos atormenta o espírito é a forma abrupta como as coisas terminam, como deixam de estar nos lugares habituais, e a perda passa a ser demasiado pesada para ser levada ao peito.


É isso mesmo: a perda das coisas que terminam abruptamente é que nos vai tornando irremediavelmente sós!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Coisas do Coração

"(...) E acabou-se, pensa ela, dirigindo-se a casa. É altura de deixar isto para trás.
Mas, ao acordar na manhã seguinte, sente-se pior, como se a ilusão levasse uma noite a solidificar-se. A constatação de que ele não há mais ele, de que não há a menor possibilidade de um futuro, nem sequer de outra noite juntos, faz-lhe doer o corpo todo, como se estivesse com gripe. Sai da cama e passa pelo chuveiro sentindo um vazio mais profundo do que, alguma vez, imaginara ser possível sentir por alguém na sua vida, após um período de tempo tão breve. É um vazio que ela sabe que nunca há-de preencher - nem tentar sequer. A queda é demasiado brusca. É caso para perguntar qual foi o idiota que disse que é melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado. Ela não poderia discordar mais. (...)"

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

As palavras

"As coisas que não se conseguem dizer são as únicas que trazemos por perto."
Neste momento esta é a minha janela para ti. O meu mundo espelhado nas palavras que ecoam na minha cabeça e no meu coração.
Neste momento esta é a minha janela para o mundo, que é o teu mundo, que é o meu mundo.
"Às vezes o importante pode também ser esquisito. O que mais importa talvez tenha de ser esquecido. Para que se possa continuar."
Neste momento esta é a minha janela para ti, a ponte que construi para que me oiças, para que me vejas sem me olhar, para que me sintas sem me tocar, nua, fria.
Esta é a minha janela para o mundo, para o nosso mundo, o meu mundo construído sobre o teu mundo, a minha crista onde vejo o universo e toco nas estrelas.
Aguardo por ti no lado de dentro. O vazio desse lado é tão imenso.
Somam-se as palavras, somem-se as palavras.... escutas-me? Daqui de onde estou? Deste lugar de onde me deixaste presa nas palavras que incendeiam a minha alma por não te as dizer.
Fecha a porta agora. Atrás de ti, fecha a porta, não a deixes encostada por favor.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

2º feira outra vez.... e um dia de cada vez!




Custou mas já passou.....

E hoje foi especialmente difícil.... a cabeça demasiado cheia de pensamentos já passados mas ainda não esquecidos!

Como diria alguém: "Demorei uma hora a conhecer-te, e só um dia para me apaixonar.... no entanto levará uma vida inteira para te esquecer.... mas é assim a vida. Aprendemos, e sofremos.... mas crescemos e tornamos-nos mais sólidos connosco e mais selectivos com o que queremos para a nossa vida.... e no final percebemos que nem sempre o que amamos é o que nos torna felizes.