quinta-feira, 30 de junho de 2011

Após dois anos o que resta?

Há dois anos atrás escrevi este texto. Dois anos depois muita coisa mudou.... e muita coisa permaneceu inalterada! Há sentimentos que não mudam, há rostos que não se esquecem e ficam guardados nos recantos da memória à espera de serem rebuscados.
Os sentimentos são formas estranhas de se estar na vida, não os controlamos..... podem ferir-nos de morte ou matar-nos de alegria!
Cada um tem de construir as pontes ou as muralhas para de alguma forma se proteger.

" Nem sei bem o que isto é! Nem sei bem de onde vem.... isto de querer tanto chega a doer! Tento esquecer, mas o esquecer é um querer lembrar.... é um não conseguir esquecer.... é um querer recordar! É como se fosse "tu a ficar por não saberes partir.... e eu a rezar para que desaparecesses.... eu a rezar para que ficasses.... e tu a ficares enquanto saías!" Já não sei se é quase pecado o que se deixa.... quase pecado o que se ignora! Ou se é quase pecado este desencontro! Busquei nas palavras o conforto, mas as palavras já não alimentam e não são tão pouco promessas.... cansei-me do teu silencio morto... do teu constante volto já... e dessa sempre tua certeza de não poderes ficar por mais um pouco! Gostei de ti enquanto o teu corpo pedia e as minhas mãos ardiam.... mas passamos a não nos tocar enquanto saias, a não nos tocarmos enquanto saiamos.... passamos a não nos tocar e vamos fugindo! Só gostava de saber se alguma vez, pensaste em mim.... porque se assim não for..... eu não entendo porque razão não consigo desistir!

O dia em que te esqueci

"(...) Vivi iludida durante tanto tempo, julgando que o amor era feito de grandes arrebatamentos! Até o será, certamente, para os espíritos apaixonados. Mas tem de haver muito mais. Momentos perdidos no tempo não enchem dias. Noites sozinhas na cama a desejar o teu corpo ao meu lado, semanas, meses, anos de solidão povoada de segundas escolhas, até apareceres outra e outra vez, e para quê? Para me obrigares a pôr o coração ao espelho e depois desapareceres de novo? Para assegurares que o meu amor por ti se mantinha, eterno, certo, intemporal, intocável?

Tu não voltavas por mim, voltavas por ti e para ti. Os teus regressos serviam para marcares ainda e sempre o teu território. Mas tu alimentavas a ausência, o vazio, o grande equívoco de todo este amor. Porque na verdade, meu querido, estou agora em crer que nunca houve amor. Não da tua parte.

Há alguns meses, voltaste a afirmar que olhavas para trás e vias uma pessoa muito especial e importante. Mas enquanto me viveste sempre negaste, lembraste? Eu é que era a louca, que te perseguia, a teimosa que não te largava, a obstinada que não desistia (...)."

terça-feira, 28 de junho de 2011

Ela


Sabia-o desde sempre. Sempre a mesma velha, cansativa e constante guerra. A guerra de uma luta pelo amor.
Ela não sabia manter o coração aceso por muito tempo, pois há muito que alguém a tinha secado por dentro.
O amor era um lugar agreste que ela não sabia dominar.
E mais uma vez perdia a noção do bom senso, e mais uma vez voltava as costas depois de todo o esforço investido, e mais uma vez perdia a necessidade....

Queria esquecer o mundo e a vida mais uma vez. Depois de todas as cinzas lançadas ao vento, sentia-se frágil e descrente.... não havia quem repousa-se no seu colo, não havia quem quisesse as suas muralhas.

Colou a mão no vidro... olhando para a rua.... chovia.
O mundo parecia-lhe estranho. Mais uma vez perdida na imensidão da sua insane solidão.

Mas no fundo era assim que ela se sentia plena e tranquila, sem inquietações, nem desesperos baratos, nem ansiedades vaidosas dos que amam, sem mágoas dos abandonos, sem exaltações, sem réstias de esperança ou de desconsolo.

Nada.

Olhava para si e nada, nenhuma brisa de sentimentos.

Mas sentia-se diferente desta vez, sentia-se livre.... esta luta tinha sido demasiado desiquilibrada, lutou numa batalha de mãos quase atadas, esperneando o quanto possível, mas silenciada pelas circunstâncias! Por isso, dai, se sentisse livre!

E a liberdade não é o melhor que se tem na vida?

Ela seguirá em frente, passo a passo, dia após dia, sozinha mas consigo como sempre!

Um dia

Nem sempre compreendemos os nossos erros. O porque de sermos levados a comete-los e a persistir sobre eles, cometendo os mesmos vezes demais!
Talvez faça parte, talvez seja um caminho que temos de percorrer e bater no chão tantas vezes quantas as necessárias para perceber que a vida é madrasta, que as pessoas são o que são e que o mundo gira ao contrário.
O amor nem sempre nos mostra o caminho mais fácil, e na maioria das vezes somos obrigados a bater bem fundo para perceber que o amor é cego quase sempre, e nas restantes vezes vê bem mal!
As pessoas que conhecemos nem sempre são quem gostaríamos que fossem. Vêm devagar, entram de mansinho e raramente chegam para ficar. Vão estando.... não assentando arraiais, não impondo presença firme, vão estando....
No entanto acredito que haverá uma que irá chegar, e querer ficar e mesmo que por ironia do destino tenha de partir, saíra com o forte sentimento de que o seu lugar era ali, e não em mais lado nenhum!

Ainda não chegou.... mas não tardará....

O mundo sempre conspira a nosso favor no final do dia.... se no inicio nós sorrirmos para ele!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Quem gosta cuida

Hoje não sei o que nos separa, o que nos separou.
Hoje vejo que nada está como devia, que nada foi o que imaginei, que não sou e que não somos o mesmo todo!
Hoje sei que o que sinto de nada vale, hoje sei que o que fiz em nada conta!
Hoje perco-me de ti, em ti e por ti. E não sei mais nada.
"Quem gosta cuida".... eu cuidei mas nada recebi! Eu amei mas não fui considerada.
Eu fui, sem ser e já não sou sem te ter, e já não tenho (mais nada) sem te ter, mas isto é crescer... e é viver!