
O que mais nos atormenta o espírito é a forma abrupta como algumas coisas terminam.
É a forma como os dias tem de prosseguir sem aquela rotina que nos fazia crescer a cada pensamento ridiculamente igual ao anterior!
A forma como o destino controí e destrói caminhos é que assusta.... a forma avasaladora como lança as cinzas contra o vento.
Sacudir a água que nos pesa nos ombros depois do rescaldo da noite não nos enchuga os olhos cansados e permeáveis.
A crença religiosa de que o mundo conspira a nosso favor, tem vezes que parece uma estórea cruel de mais para nos ser contada...
E depois vem o reviver, e o reviver...
Que nos massacra como uma torneira mal fechada que vai pingando, e vai pingando e fazendo aquele som pela noite dentro... quando o silêncio impera e quando o pingar da torneira e o silêncio da noite se misturam.
Mas o que mais nos atormenta o espírito é a forma abrupta como as coisas terminam, como deixam de estar nos lugares habituais, e a perda passa a ser demasiado pesada para ser levada ao peito.
É isso mesmo: a perda das coisas que terminam abruptamente é que nos vai tornando irremediavelmente sós!
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