quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ela



Ela saiu de casa sem saber que alma tinha dentro de si. Muitas
vezes o que fazemos são gestos repetidos, e ela sabias os de cor…. E estava
cansada de pisar o mesmo trilho, de sonhar as mesmas desventuras, de chorar as
mesmas magoas, de ver e rever vezes e vezes, no seu sombrio e ausente quarto,
aquilo que não estava arrumado no sítio certo, mas que ela não consiga encaixar
em lado nenhum!
Saiu, sem saber por onde ia… apenas a lua a acompanhava… nem ela
se sentia, só o vento a sentia, só o sangue que não dela lhe corria, e ela só queria
parar, pensar, ouvir, ouvir-se, sentar-se, sentir, sentir-se…
Sentou-se no chão, no meio de um traço continuo… e pensou:
parar…. Seguir em frente? Apagou a vela que trazia dentro de si, a iluminar-lhe
a sombra, fechou o livro dos seus trinta anos e seguiu em frente!

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